ONU Mulheres promove campanha ‘Que mulher negra é um exemplo para você?’
Mais de 50 milhões de mulheres negras brasileiras lembraram, na segunda-feira (25), o Dia da Mulher Afrolatinoamericana, Afrocaribenha e da Diáspora.
Em seguimento à Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, ocorrida em novembro de 2015, a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e a ONU Mulheres lançaram o desafio “Que mulher negra é um exemplo para você?”.
Em seguimento à Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, ocorrida em novembro de 2015, a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e a ONU Mulheres lançaram o desafio “Que mulher negra é um exemplo para você?”.
Mais de 50 milhões de mulheres negras brasileiras lembraram, na segunda-feira (25), o Dia da Mulher Afrolatinoamericana, Afrocaribenha e da Diáspora.
A data foi instituída há 24 anos durante o Encontro Latino-Americano de Mulheres Negras, ocorrido na República Dominicana. Desde 2014, entrou para o calendário nacional, como Dia de Tereza Benguela e Dia Nacional da Mulher Negra, quilombola e lutadora pelo fim da escravização no Brasil.
Em seguimento à Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, ocorrida em novembro de 2015, a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e a ONU Mulheres lançaram o desafio “Que mulher negra é um exemplo para você?”.
Ao longo da segunda-feira, internautas foram convidadas(os) a gravar suas próprias mensagens e postá-las nas redes sociais, marcando as tags #DiaDasMulheresNegras e #JulhoDasPretas, homenageando as mulheres negras de referência em suas vidas.
“As mulheres negras, jovens e lésbicas ganham menor salário, compõem os maiores índices de analfabetismo no país. Ocupam os índices alarmantes da violência doméstica, cotidiana e urbana. Portanto, convocamos as mulheres negras de todo o país para transformar esta realidade”, afirma Valdecir Nascimento, secretária-executiva da AMNB e coordenadora do Instituto Odara.
“Não podemos permitir que o racismo, o sexismo vençam. Vamos celebrar, mas vamos lutar pela democracia e para que se mantenha a utopia política das mulheres negras pelo bem viver. Essa é a nossa luta. Seguimos em Marcha!”.
Na liderança do Grupo de Trabalho de Gênero, Raça e Etnia das Nações Unidas no Brasil, Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, ressalta a resiliência das mulheres negras no Brasil em contraponto ao racismo e ao sexismo.
“As mulheres negras são agentes decisivos históricos no desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Contudo, foram invisibilizadas e alvo de opressões perversas que lhes violam direitos. Ao se afirmarem como sujeitas políticas, as mulheres negras estão transformando o Brasil por meio da consciência de seus valores ancestrais e afirmação identitária. É a continuidade do poder político que sempre tiveram”, considera Gasman.
Situação das mulheres negras
O alto grau de exclusão motivado pelo racismo e pelo sexismo se revela no mercado de trabalho. As mulheres negras têm renda média correspondente a quase metade do que recebem as mulheres brancas e um terço da remuneração dos homens brancos.O trabalho doméstico emprega 20% das mulheres negras ocupadas, sendo a categoria formada por 6 milhões de profissionais. Esta profissão é principal porta de entrada das mulheres negras (61%) no mercado de trabalho e onde a violação de direitos é mais evidente: cerca de 75% das trabalhadoras não possui carteira assinada.
Com relação aos postos de comando nas empresas, a presença da mulher negra é quase nula. Embora represente 50% da população feminina brasileira, apenas 0,4% das mulheres negras estão no executivo, 1,6% na gerência, 8,2% na supervisão e 10,3% no quadro funcional, conforme o relatório Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas, de 2016, do Instituto Ethos em cooperação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e apoio da ONU Mulheres.
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