Síria: ONU descreve situação em Madaya como ‘abominável’ e pede acesso imediato a cidade sitiada
Cerca de 22 mil pessoas correm risco de morrer de fome, metade é criança. Comboios da ONU estão preparados para levar ajuda, mas continuam a esperar aprovação do governo para estabelecer a data.
As Nações Unidas e seus parceiros continuaram as negociações nesta sexta-feira (08) para estabelecer uma data para levar ajuda humanitária ao município de Madaya, sitiada por forças do governo. Após meses sem autorização para entregar ajuda humanitária na localidade, os representantes da ONU descreveram a situação dos civis como “horrível, abominável” e possivelmente um crime de guerra.Também mostraram sua preocupação com a “situação muito alarmante” em dois vilarejos xiitas, sitiados pela força de oposição há muitos meses. O conflito de quase cinco anos na Síria já provocou a morte de mais de 250 mil pessoas, incluindo dezenas de milhares de crianças. Mais da metade dos 17 milhões de sírios foi deslocada, incluindo 4,5 milhões de pessoas que hoje vivem em áreas de difícil acesso; 400 mil delas em localidades sitiadas.
Em Madaya, cerca de 42 mil pessoas enfrentam risco de inanição, metade delas é criança. O porta-voz do escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), Rupert Colville, observou que as forças do governo impedem o acesso à Madaya, enquanto grupos de oposição não permitem a entrada nos dois vilarejos, o que faz com que ambos os lados sejam culpados da falta de alimentos. Ele lembrou que a inanição deliberada pode constituir em crime de guerra.
Paralelamente, o porta-voz do Alto Comissariado para Refugiados (ACNUR), Andrew Edwards, confirmou que, apesar das negociações, nenhuma data foi estabelecida para a entrega dos alimentos
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