Apesar de avanços políticos, terrorismo continua sendo maior ameaça na África Ocidental, afirma ONU
Chefe do Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental explica que grupos como o Boko Haram seguem adaptando suas táticas e usam cada vez mais crianças em ataques suicídas.
Ressaltando as eleições pacíficas e credíveis em vários países da África Ocidental nos últimos seis meses, o representante especial do secretário-geral da ONU e chefe do Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental (UNOWA), Mohamed Ibn Chambas, alertouna quinta-feira (14) que o extremismo violento e as atividades terroristas continuam sendo a maior ameaça à segurança e desenvolvimento da região.
“Enquanto alguns progressos foram feitos na luta contra o Boko Haram, o grupo terrorista continua seus ataques indiscriminados contra civis, não apenas na Nigéria, mas também no Níger, Chade e Camarões. O Boko Haram continua adaptando suas táticas, e está crescentemente recorrendo ao uso de meninos e meninas em ataques suicidas”, afirmou Chambas.
Sobre tráfico de drogas e crime organizado na esfera transnacional, o representante da ONU destacou o compromisso regional para lutar contra este flagelo, mas lamentou que o progresso esteja sendo mais lento na área de segurança marítima no Golfo, com o Centro de Coordenação Inter-Regional sem funcionar plenamente.
No entanto, ele também destacou os avanços políticos, como as eleições legislativas e presidenciais “com participação pacífica e responsável” em Burkina Faso, depois de tentativa de golpe do, à época, presidente, Michel Kafando, em setembro de 2015.
Chambas citou outros exemplos da região que apresentaram avanços políticos, como a Costa do Marfim, que teve eleições pacíficas recentemente, o diálogo iniciado na Guiné para viabilizar eleições, segundo a constituição, e a votação de novos governantes na Nigéria com objetivo de combater a corrupção.
Mais cinco eleições presidenciais estão marcadas para esse ano: em Benin, Cabo Verde, Gâmbia , Gana e Níger.
“No processo das eleições, eu vou continuar chamando as partes interessadas a usar o diálogo para resolver as questões pendentes a fim de criar um ambiente condutor de eleições pacíficas, credíveis e inclusivas”, concluiu Chambas.
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