ONU alerta sobre a perigosa rota do Chifre da África para o Iêmen, que já matou 36 pessoas em 2016
Mesmo com guerra no país, mais de 90 mil pessoas foram ao Iêmen de barco em 2015, sendo o segundo ano com mais mortes registradas na rota marítima.
Apesar do conflito no Iêmen, milhares de refugiados, em sua maioria, somalis e etíopes, continuam fazendo uma arriscada travessia marítima, na qual ao menos 36 pessoas morreram neste ano, segundo a agência da ONU para refugiados informou nesta terça-feira (19).
De acordo com os últimos dados publicados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), 92.446 pessoas chegaram ao Iêmen de barco em 2015, um dos maiores números anuais registrados na última década. Com 95 mortes registradas, 2015 foi o segundo ano com maior número de óbitos notificados nesta travessia.
“As pessoas continuam chegando apesar da escalada sem precedentes do conflito interno no Iêmen e, tragicamente, mais pessoas continuam perdendo suas vidas na tentativa de cruzar o mar em barcos lotados, sem condições de navegar”, acrescentou o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.
Desde 2006 até o momento, 2015 foi o ano que registrou o maior número de chegadas de etíopes e somalis no Iêmen.
O ACNUR na Somália e parceiros têm trabalhado com a comunidade internacional e autoridades do país para desenvolver as condições políticas, de segurança e socioeconômicas do país, além de buscar soluções a longo prazo para refugiados, os que retornam e os deslocados internos. Essas medidas visam a dar uma alternativa aos somalis.
O ACNUR na Somália e parceiros têm trabalhado com a comunidade internacional e autoridades do país para desenvolver as condições políticas, de segurança e socioeconômicas do país, além de buscar soluções a longo prazo para refugiados, os que retornam e os deslocados internos. Essas medidas visam a dar uma alternativa aos somalis.
A chegada de somalis ao Iêmen teve um aumento de mais de 33 mil em 2015, se comparado a 2008, enquanto o país hoje oferece menos oportunidades de renda, menos serviços disponíveis, e gangues organizadas e traficantes continuam operando na costa do Mar Vermelho.
Segundo a agência, muitos que se deslocam não sabem da severidade do conflito, acreditam que a situação tenha se tornado relativamente calma em algumas províncias, ou seguem rumores de que houve melhora no acesso ao Iêmen por meio de países do Golfo vizinhos.
O conflito no Iêmen, no entanto, já gerou mais de 2,5 milhões de deslocados internos, segundo dados da ONU. Apesar do acesso humanitário severamente limitado e restrições de segurança, o ACNUR alcançou mais de 280 mil deslocados internos iemenitas, entregando itens básicos de casa e material de abrigo em 2015.
O Iêmen recebe mais de 266 mil refugiados, dos quais cerca de 250 mil são da Somália. No entanto, 168 mil pessoas fugiram do Iêmen para países vizinhos desde março de 2015.
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