quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Dia do Herói Moçambicano




Celebra-se hoje o dia dos heróis moçambicanos

              


Bandeira de Moçambique

               


O Presidente da República, Filipe Nyusi, dirige, esta quarta-feira na Praça do Heróis moçambicanos em Maputo as cerimónia centrais ao 3 de Fevereiro, dia do Heróis moçambicanos.


No país, cerimónias de deposição de coroas de flores, actividades político-culturais e desportivas, entre outras actividades, vão marcar, hoje, as celebrações do dia dos heróis moçambicanos e do quadragésimo sétimo aniversário do assassinato de Eduardo Mondlane, primeiro Presidente da Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO.
Combatentes entrevistados pela Rádio Moçambique, defendem a unidade nacional, coesão e o patriotismo, como pressupostos básicos para a valorização dos heróis moçambicanos.
Apelam à sociedade civil a respeitar os ideais dos heróis moçambicanos para garantir uma paz efectiva no país.
Afirmaram que Moçambique deve estar em paz e não ser refém de um grupo de pessoas. (RM)
Breve Historial



Eduardo Chivambo Mondlane (Mandlakazi, Gaza, 20 de Junho de 1920 — Dar-es-Salaam, 3 de Fevereiro de 1969) foi fundador e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), movimento que lutou pela independência de Moçambique do domínio colonial português. O dia da sua morte, assassinado por uma encomenda-bomba, é celebrado em Moçambique como o Dia dos Heróis Moçambicanos.
Vida e obra
Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou inicialmente numa missão presbiteriana suíça próxima de Mandlakazi e em Lourenço Marques, mas viria a terminar os seus estudos secundários numa escola da mesma igreja na África do Sul.
Após ter sido expulso, na sequência da subida ao poder do Partido Nacional, da Universidade de Witwatersrand, onde cursava Antropologia e Sociologia, seguiu estudos, usufruindo de uma bolsa, na Universidade de Lisboa. Aí conheceu outros estudantes que viriam a ser líderes dos movimentos nacionalistas e anticoloniais de vários países africanos, como Amílcar Cabral e Agostinho Neto.
Terminou os estudos nos Estados Unidos da América, frequentando o Oberlin College (Ohio) e a Northwestem University (Evaston, Illinois) onde veio a obter o doutoramento em Sociologia.
Trabalhou para as Nações Unidas, no Departamento de Curadoria, como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países africanos e foi também professor de história e sociologia na Universidade de Syracuse.
Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu de que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação.
Por essa altura formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), a MANU(Mozambique African National Union e a UNAMI (União Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu com o apoio do então Presidente da Tanzânia, Julius Nyerere – a FRELIMO foi criada na Tanzânia, com base naqueles três movimentos, em 1962.
Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão de que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer.
Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já treinados na Tanzânia, onde a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.
A luta armada foi desencadeada em 25 de Setembro de 1964, com o ataque de um pequeno número de guerrilheiros ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 km da fronteira com a Tanzânia. Para além das acções militares, a FRELIMO organizou um sistema de comércio para apoiar as acções de guerrilha.
Na agudização das contradições dentro do movimento, em Março de 1968, verificou-se um motim, seguido pelo abandono quase maciço de estudantes. Com a realização, em Matchedje, nas zonas libertadas do Niassa em Julho de 1968, do II Congresso da FRELIMO , Mondlane foi reeleito Presidente.
O mais importante foi que o congresso reafirmou a política definida de lutar pela “independência total e completa” de Moçambique e não apenas parte dela, como defendiam alguns militantes.
Eduardo Mondlane morreu a 3 de Fevereiro de 1969 ao abrir uma encomenda que continha uma bomba, supostamente preparada em Lourenço Marques pela PIDE, a polícia secreta portuguesa.
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane e três filhos.
Eduardo Mondlane deixou um livro, "Lutar por Moçambique", que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que seria necessário para desenvolver o país.
Após a Independência a 25 de Junho de 1975, o dia 3 de Fevereiro foi decretado Dia dos Heróis moçambicanos. (RM

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