A árvore das ideologias
O mundo não está estacionado a sombra de um modelo, mas em plena transformação, social, política, religiosa que possibilita-nos, visualizarmos um novo ritual de vida, para instrumentalizarmos ações, de superestruturas ideológicas, sobre a infra-estrutura da própria natureza, seja ela biológica ou física.
A frase do pensador Noberto Bobbio, "A arvore da ideologia está sempre verde", faz-me retornar o pensamento de que nada é maduro, as idéias nunca tornam velhas e morrem. Portanto, a presença humana na terra, tem um tempo determinado para cada indivíduo, que deve sempre buscar a socialização da vida para a plena felicidade, aproveitando-a.
O filósofo grego, Aristóteles, dizia "uma andorinha só não faz verão" é preciso compartilharmos de saberes e construir a nossa existência com fundamentos éticos, além dos técnicos. E no jogo entre ético e técnico podemos até errar, porém há diferença entre "erro artifex" ou técnico, e o erro "homo" enquanto ser humano.
A questão tecnica é que toda a visão tecnicista integram interesses particulares e objetivos particulares, por paradigmas, escolhidos livremente, inventados e substituíveis, como a produção de carros, computadores, de remédios, das curas de doenças. Sendo por fins técnicos construções das racionalidades.
A questão ética vai além da razão, tem uma primazia sobre o ponto de vista técnico, pois a ética julga as ações corretas ou incorretas com referências a vida como um todo.
Sabemos que nós sêres ocidentais, somos portadores de cultura formativa, greco-romana, temos uma estrutura religiosa bastante influenciada pelos povos hebreus. E o pensamento científico ocidental, nasce com base na filosofia aristótélica. E a ética aristotélica é a do bom senso fundadas nos juizos morais do homem que possa considerar-se, em geral, bom e virtuoso.
A preocupação de Aristóteles, era encontrar uma receita, que permitisse ao homem ser feliz. Mas se a árvore das ideologias continua verde, provavelmente gerando sementes de esperanças e cada semente contem no seu íntimo, uma outra árvore, com caule, folhas (respiração), frutos e flores como a primavera das plantas. Essa esperança deve ser traduzida em novos pensadores ideológicos, que pense no ritual da própria vida de forma crítica e ética. Seja este ritual, cívico, o civil, o religioso, o político e o social. Cada qual procurando o caminho da própria beleza.
Manoel Messias Pereira
professor, cronista e poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil
seção - São José do Rio Preto -SP. Brasil
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