Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Ação Afirmativa nas Universidades Brasileiras
Num levantamento feito pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa do Instituto de Estudos Sociais e Políticas da UERJ, chegaram a seguintes conclusões sobre o processo das reparações feitas aos negros e aos indégenas, em relação a arbitrariedades históricas, implementadas, graças ao processo discriminatório e o racismo presente no inconsciente do brasileiro.
De noventa e oito universidades federais (98) setenta delas (70) adotaram as ações afirmativas, num total de 71%. E destas 77% aplicaram as decisões de cotas ou bônus com iniciativa da própria instituição. E isto mostra que inicia-se uma consciencia coletiva dos meios universitários de correção histórica, do processo de exclusão dos negros e indígenas que já estava naturalisada e cristalisada no contexto sociológico brasileiro.
E no processo todo apenas 16(dezesseis) delas que providenciou a ação afirmativa fundamentada em lei estadual, as outras foram baseadas na necessidade e numa nova práxis em vigor nas instituições.
Os alunos beneficiados com as cotas ou bônus na sua grande maioria são oriundos da rede pública de ensino . E em 85% da seleção feita na universidade está na autodeclaração do aluno, sobre a sua origem etnico-racial, e apenas 15% há exigências de fotografia e a utilização de comissões de verificação, métodos considerados polêmicos, pois parte do contexto histórico nazista, mas que são usados por parte da Universidade Brasileira de forma oficial sem esconder o processo discriminatório e o racismo implementado no contexto, só falta iniciar as medições dos crânios.
Em 40 universidades a preocupação é de que os lugares reservados a negros e indígenas possam ser ocupados por alunos não carentes. Uma preocupação que procede, pois este país no ano passado teve uma ação na qual a Receita Federal passou a trabalhar com o Ministério da Educação, no sentido de coibir abusos em relação aos beneficiados com a cota. Uma vez que foi identificado pessoa tinham no seu nome carros de luxo e era cotista.
O processo de transformação é lenta, aprendemos o racismo, a discriminação, e o preconceito como educação, cabe agora desconstruir, o crime que fizeram em almas e consciências, um mal, que cristalizou e naturalizou. Em outras palavras o caminho é revolucionar, ou seja partir para um outro processo político, num nível em que as relações humanas, não seja a de explorados e exploradores mas de compartilhamento social, respeito e de plena igualdade, numa Liga de Justos.
Manoel Messias Pereira
professor de História
ativista - poeta e cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
especialista em africanidade e cultura afro brasileira
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