Cerca de 150 milhões de migrantes integram força de trabalho global, revela novo relatório da ONU
Documento da OIT, publicado às vésperas do Dia Internacional dos Migrantes, contribui para a formação de políticas efetivas sobre migração e empregabilidade.
Às vésperas do Dia Internacional dos Migrantes, celebrado cada ano em 18 de dezembro, a Organização Internacional do Trabalho publicou um relatório que revela que 150,3 milhões de migrantes são trabalhadores ativos. Isso significa 72,7% do total de 232 milhões de pessoas que vivem fora de seu país de origem.A empregabilidade dos migrantes é um fenômeno que afeta todas as regiões do mundo, no entanto, ela se concentra em algumas regiões, que acumulam quase metade do total dos trabalhadores internacionais, 48,5%. Esta parcela está na América do Norte; no Sul e no Norte da Europa e na parte Ocidental; e nos Países Árabes, que apresentam a maior proporção de trabalhadores migrantes do mundo, somando 36,5% de todos eles, de acordo com a OIT.
Segundo estudo, entre os 206,6 milhões de migrantes, a maioria é de homens, que são 83,7 milhões, enquanto as mulheres são 66,6 milhões.
“Essa análise representa uma contribuição significativa feita pela OIT em apoiar os Estados-membros a realizar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, particularmente no que diz respeito ao objetivo 8, de proteger todos os trabalhadores, incluindo os migrantes, e o Objetivo 10, sobre a implementação de políticas bem administradas de migração”, afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, que também enfatizou que os representantes de governo e empresas agora terão informações palpáveis para basear suas políticas.
Os migrantes estão concentrados no setor de serviços, com 106,8 milhões – ou 71,1% do total – seguido pela indústria, incluindo manufatura e construção, com 26,7 milhões (17,8% do total); agricultura, com 16,7 milhões (11,1%) e trabalho doméstico, 7,7%.
“Esse estudo mostra que a vasta maioria dos migrantes se desloca em busca de melhores oportunidades de emprego. Ao aplicar uma metodologia robusta, nós acreditamos que aumentará significativamente a base do nosso conhecimento sobre migração e promoverá alicerces fortes para o desenvolvimento de políticas efetivas de migração”, declarou a diretora do Departamento de Igualdade e Condições de Trabalho da OIT, Manuela Tomei.
Disparidade de Gênero
A agência expressou preocupação por conta das disparidades de gêneros encontradas entre o alto número de trabalhadores globais na área doméstica, que é o setor com menor grau de regularização da economia. Devido à grande concentração de mulheres e a relativamente baixa visibilidade nesta área, há múltiplas formas de discriminação que se cruzam neste setor, segundo a OIT.
Entre os 67,1 milhões de empregados domésticos, 11,5 milhões – ou 17,2% do total – são migrantes internacionais. Cerca de 8,5 milhões entre estes trabalhadores – ou 73,4% – são mulheres.
“De muitas formas, a questão da migração é central na Agenda de 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, disse o diretor do Departamento de Estatísticas da OIT, Rafael Diez de Medina. Para ele, a questão não se concentra apenas na necessidade dos migrantes conseguirem trabalho, mas também na dos empregadores conseguirem funcionários nos próximos anos.
“O mundo precisará de mais e melhor informação e indicadores para acompanhar os fluxos, e esse relatório apresenta um novo padrão nesta busca ao apresentar números globais significativos para orientar os tomadores de decisão políticas”, concluiu o diretor do Departamento de Estatísticas da OIT, Rafael Diez de Medina.
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