domingo, 18 de setembro de 2016

Crônica - a reflexão ao conhecimento - Manoel Messias Pereira


A reflexão ao conhecimento

A vida do ser humano é uma espécie de crença entre o que é sagrado é o que é profano. É um conjunto de normas e regras guiadas pelas consciências e ditadas, pelas instituições muitas vezes, a família, outras vezes a igreja, outras vezes as escolas. Essas instituições pelo menos vão estabelecer um conjunto de normas e apresentar-se como um processo educacional.

As famílias contemporâneas, ainda traz no seu conceito um modelo, formatado na concepção monogâmica, do pai, mãe, e filhos. Sabemos que no passado essa família tinha uma concepção mais ampliada, incluindo os tios, os primos, os sobrinhos, os avós e assim por diante. Atualmente as famílias diminuíram-se, inclusive em números de filhos. Devido as questões sócio econômicas, as dificuldades de manter-se um núcleo grande de pessoas vivendo no mesmo teto. Outras causas também passaram a influenciar todo o conjunto de conceitos. As novas formas de famílias, as relações internas com pessoas do mesmo sexo, outras vezes os relacionamentos ménage à trois ou chamado theesome, num arranjo de apimentar as relações sexuais porém neste contexto há quem trate com a naturalidade e traz os filhos, além do mais temos os ideais do anarquismo sexuais dos sexos coletivos, na ideia do amor livre, da somaterapia, que foi trabalhada no Brasil pelo psicanalista Roberto Freire inspirado em Wilhelm Reich, que dizia que enquanto existir qualquer espécie de regulação moral, social, política limitando a autonomia dos homens, não se pode falar em liberdade real e nem muito menos em saúde emocional. Pois é interessante entender que Reich, traz a ideia de que as neuroses não se instalam apenas na mente como diziam os psicanalistas, mas também no corpo. São esses pontos que é preciso levar-se  em conta no processo de uma possível religião ou educação social.

As escolas fazem parte de um etapa instrucional, há instruções provindas das famílias, e há informações provindas das igrejas. E na escola é um grande ponto de encontro de felicidades e de frustrações, portanto é um local em que há um conjunto de tensões, em que há professores extremamente preparados para lidar com a diversidade mas há também outros que tens dificuldades em lidar com os diferentes e isto é problema. Há uma regulação por parte do Estado conteudista , com cobranças de resultados, com transmissão do conhecimento, portanto informações formatadas, nos livres nos site educacionais, nos cadernos dos alunos e todo esse material descrito num olhar ideológico bancário portanto já assimilado. O professor portanto não precisa inventar nada, não precisa experimentar, apenas mediar o conhecimento. Observar as neuroses coletivas, e expor para seus pares de forma a colaborar para conduzir todo o processo de ensino para a ideia da transformação, da formulação do ser integral, não apenas clássico ou apenas técnico, mas o seu humano completo.

O que entendemos é que o ser humano precisa de uma educação democrática que não pode apenas ser um manual para um operário se tornar qualificado, mas que se torne cidadão, que se torne também governante, detentor de poderes que saibam guiar os seus caminhos, que possam livrar a todos dos males dos preconceitos dos tabus, que predispõe a interiorização a critica da ideologia da classe dominante, numa visão amparada no domínio da sociedade com a força e o consenso. A força exercida pelas instituições política e jurídicas e o aparato politico militar e o consenso obtido por uma luta constante no campo ético e político. pois toda a relação hegemônica também necessita de uma relação pedagógica como mediadora.

O outro ponto é a Igreja que trabalha com verdades a partir do mito, determinado pelo medo. E vale ressaltar que na Grécia antiga, havia A Gnose, que segundo consta  quer dizer conhecimento, e teve desde a suas primeiras manifestações, a intenção de apresentar-se como ciência divina, de penetrar em todos os Mistérios para revela-los aos seus adeptos, mostrando os segredos do universos, da evolução, e os segredos das antigas iniciações. Assim vemos no Egito Basilides, Valentinos, depois os Oftitas, na Síria o Sartunio de Antioquia, Taciano, Bardesano de Edessa, os Adamitas que afirmavam que se o verbo tinha se feito carne, a carne se tornava santa e ordenava a nudez. E isto tudo através da Idade Média veio as perseguições. Depois os nobres franceses Hugues de Paiens e Goderfroy de Saint Omer, criam os Templários, depois surgem os Rosas Cruzes, ligadas a sociedade Martinista de Papus. Sabemos que da Rosas-Cruzes, introduziu-se na Franco-Maçonaria, no século XVIII e teve seu rito particular, e disto lembramos de Comenius um dos grande precursor da pedagogia moderna. E assim evolui - se dos Carbonários aos Iluminados até o Cristianismo, e depois o Islamismo, todos tendo inúmeras razões, conceitos, crenças. Sem citar todas as grandes filosofias do oriente.

O ponto que chegamos é que a religião é um conjunto imenso de símbolos e rituais que possuem significados amparados pela crença a um conjunto de fiéis que se identifica com a organização. A palavra religião há quem diga que vem do latim de "religio", que trata do louvor ou reverencia aos deuses. ou do verbo religare usando o prefixo re- ao verbo ligare, o que dá a ideia de unir, atar-se, ligar-se ou seja a volta da criatura ao seu criador. Os seguidores da Bíblia, lê em Jó 14:2 "O homem,... nasce como a flor, e murcha: como uma sombra passageira, não permanece, mas entre as ideias proposta pela religião cristã encontro lendas, mitos, verdades mentiras mas a lição "honra teu pai e tua mãe", mas nem sempre o povo segue, "não matarás", mas nem sempre o povo segue, "não adulteraras", nem quem prega segue, "não cobiçará  a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo." Se isto fosse seguido por esse conjunto de Cristão o Estado não precisaria mas ter o serviços de segurança. Ou seja ninguém segue nada. A hipocrisia acompanha até os  que pregam nas igrejas, e a religião falha eternamente. E desempenha um papel consolidada de sofredor de infortunados, de torturados, numa ansiedade de bens e valores diante dos sentimentos humanos.

Somos seres materiais. E a matéria não é só eterna no tempo mas infinita no espaço. As descobertas das ciências alargam continuam e imensamente as fronteiras do mundo conhecido. Somos seres universais e pouco toleramos um mundo que mantem um ritmo de não evolução, para nós não há repouso absoluto ou equilíbrio incondicional, pois cada movimento concreto tende ao um equilíbrio, somos frutos da mutabilidades das espécies e uma suposição admissível. Mas vivemos na coexistência substantiva de produções da natureza, equivalentes, porém independentes sem ligações de descendência. E tudo é como um jogo, em que buscamos a paz de espirito. Cada qual segue o seu caminho e simboliza uma grande mandala universal, sejas por onde andamos, por quais portos passamos, estaremos sempre na nossa materialidade mas numa trama do fundo de uma esteira de palha natural trançada significando que o jogo-oráculo dispensa suportes artificiais.


Manoel Messias Pereira

cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto -SP. Brasil



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