quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Fatos Históricos do dia 4 de agosto na página de "Ativismos dos Sentidos"

Em 4 de agosto de 1881 - nasce o compositor brasileiro Francisco Jose Freire Junior


Em 4 de agosto de 1849 - falece aos 28 anos de idade Anita Garibaldi, companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi . a heroína de dois mundos.


Em 4 de agosto de 1900 - nasce em New Orleans -EUA, o músico de jazz, Louis Armstrong, cantor e trompetista estadunidense.

Em 4 de agosto de 1930 - Falece José Barbosa da Silva o Sinhô, compositor brasileiro do primeiro samba gravado no Brasil.
Em 4 de agosto de 1944 - A Gestapo captura Anne Frank e sua família em Amsterdam graças a um informante. Anne Frank  falece num campo de concentração, mas seu diário permanece para a posteridade.
Em 4 de agosto de 1971 nasce Yolanda Whittake , rapper e atriz estadunidense
Em 4 de agosto de 1974 - Num jogo no parque São Jorge entre Corinthians e América FC de São José do Rio Preto, o jogador Rivelino, assim que o arbitro Oscar Scolfaro apitou deu um chute na bola que entrou direto no gol do goleiro Piranji do América. sendo com certeza o gol mais rápido da história, porém não confirmado pela FIFA. Neste dia o América foi goleado por 5 a 0.
Em 4 de agosto de 1982 - Foi tombado o primeiro terreiro de candomblé do Brasil, o Casa Branca - Ilê Axé Nassô Oká em Salvador, pela Prefeitura local.


Em 4 de agosto de 1984 - A República de Alto Volta muda seu nome para Burkina Faso.
Cyro dos Anjos
Em 4 de agosto de 1994 - falece Cyro dos Anjos, jornalista, romancista e memorialista brasileiro.




A história de Osvaldão – Líder Comunista contra a Ditadura Militar


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Pouco se sabe hoje em dia sobre a ditadura militar, nossa história não é contada como realmente aconteceu para a população em geral. Os poucos heróis que possuímos, não são conhecidos pela maioria, os que lutaram para democratizar o país. Músicos, cineastas, jornalistas e qualquer pessoa comum que fosse suspeito de conspiração contra o governo, era perseguido e torturado.
Hoje podemos ir aonde quisermos, podemos falar qualquer coisa, seja na TV, na rua, nas redes sociais ou até mesmo em um simples blog.
Houve um tempo que não existia  liberdade, e vários heróis quase anônimos lutaram para o Brasil se tornar o que é hoje. Muitos foram mortos, torturados ou exilados, outros se revoltaram e se tornaram guerrilheiros.
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Forças Armadas na Guerrilha do Araguaia
A ditadura militar foi um mal terrível, foi uma das piores coisas que aconteceram no país, a ponto de um dos heróis ser fuzilado, decapitado como Tiradentes, mas isso em pleno 1974, há apenas 40 anos atrás, no que foi conhecido como Guerrilha do Araguaia, e o herói pouco conhecido em questão foi Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão(1938 – 1974).
Antes da história deste herói quase anônimo, vamos contar o que foi a Guerrilha do Araguaia.
A Guerrilha do Araguaia
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento guerrilheiro existente na região amazônica brasileira, ao longo do rio Araguaia, entre fins da década de 1960 e a primeira metade da década de 1970. Criada peloPartido Comunista do Brasil (PCdoB), tinha por objetivo fomentar uma revolução socialista, a ser iniciada no campo, baseada nas experiências vitoriosas da Revolução Cubana e da Revolução Chinesa.
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José Genuíno participou na época, ainda tinha ideais, agora…
Combatida pelas Forças Armadas a partir de 1972, quando vários de seus integrantes já haviam se estabelecido na região há pelo menos seis anos, o palco das operações de combate entre a guerrilha e os militares se deu onde os estados de Goiás, Pará e Maranhão faziam divisa. Seu nome vem do fato de se localizar às margens do rio Araguaia, próximo às cidades de São Geraldo do Araguaia e Marabá no Pará e de Xambioá, no norte de Goiás (região onde atualmente é o norte do estado de Tocantins, também denominada como Bico do Papagaio).
Estima-se que o movimento que pretendia derrubar o governo militar, tomar o poder fomentando um levante da população, primeiro rural e depois urbana, e instalar um governo comunista no Brasil como havia sido feito em Cuba e na China.
Era composto por cerca de oitenta guerrilheiros sendo que, destes, menos de vinte sobreviveram, entre eles, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, que foi detido pelo Exército em 1972, ainda na primeira fase das operações militares. A grande maioria dos combatentes, formada principalmente por ex-estudantes universitários e profissionais liberais, foi morta em combate na selva ou executada após sua prisão pelos militares, durante as operações finais, em 1973 e 1974.  Mais de cinquenta deles são considerados ainda hoje como desaparecidos políticos.
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Um dos últimos jantares dos guerrilheiros
Desconhecida do restante do país à época em que ocorreu, protegida por uma cortina de silêncio e censura a que o movimento e as operações militares contra ela foram submetidos, os detalhes sobre a guerrilha só começaram a aparecer cerca de vinte anos após sua extinção pelas Forças Armadas, já no período de redemocratização.
O Guerrilheiro Osvaldão (Osvaldo Orlando da Costa)
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Osvaldão foi militar antes de guerrilheiro
Filiação: Rita Orlando dos Santos e José Orlando da Costa
Data e local de nascimento: 27/04/1938, Passa Quatro (MG)
Organização política ou atividade: PCdoB
Data do desaparecimento: entre janeiro e abril de 1974
Mineiro de Passa Quatro, Osvaldão, como era conhecido, foi o primeiro quadro do PCdoB a chegar ao Araguaia, entre 1966 e 1967. Negro, 1,98m de altura, forte, era tido como generoso e corajoso, sendo muito respeitado pelos moradores e por seus companheiros. Carismático e temido pelos militares, foi um grande mito da guerrilha entre a população da região, ao lado de Dina.
Entre 1952 e 1954 morou na cidade de São Paulo, onde fez o curso Industrial Básico de Cerâmica na Escola Técnica. Mudou-se para o Rio de Janeiro e se formou na Escola Técnica Federal, como Técnico de Construção de Máquinas e Motores, em 1958. Como atleta, vinculou-se ao Botafogo Futebol e Regatas, onde foi campeão carioca de boxe. Tornou-se oficial da reserva do Exército, após servir no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva – CPOR do Rio de Janeiro.
Viajou para a antiga Tchecoslováquia (atual República Tcheca), onde cursou até o 3º ano de Engenharia de Minas, em Praga. Em sua homenagem, o escritor tcheco Cytrian Ekwensi escreveu, em 1962, o livro O homem que parou a cidade (“Lidé  z  mesta”)..  O guerrilheiro só contou esse segredo, em 1963, à sua irmã Irene Orlando, que recebeu, com uma dedicatória, um exemplar do livro. Por sua militância política, foi obrigado a viver na clandestinidade logo depois de abril de 1964, quando já militava no PCdoB.
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Quando chegou ao Araguaia entrou na mata como garimpeiro e mariscador, tornando-se o maior conhecedor da área entre os militantes do PCdoB ali instalados. No ano de 1969, fixou residência numa posse que adquiriu às margens do Rio Gameleira. Sobre Osvaldão surgiram inúmeras lendas. Sobre sua bondade, sua força, sua coragem e também sobre sua pontaria. Foi comandante do Destacamento B, onde participou com êxito de vários combates. Foi, ao lado de Dina, o mais conhecido dos militantes do PCdoB entre a população do Araguaia.
Estava no acampamento da Comissão Militar quando ocorreu o ataque das Forças Armadas no dia de Natal de 1973, conseguindo escapar. Segundo depoimentos de moradores da região, foi morto em abril de 1974, próximo à Semana Santa, perto de São Domingos. Seu corpo foi dependurado por cordas em um helicóptero que o levou de Saranzal, local onde foi morto, até o acampamento militar de Bacaba e de lá para Xambioá. Na primeira vez em que o cadáver foi içado pelo helicóptero, caiu e fraturou ossos da perna. Posteriormente, sua cabeça foi decepada e exposta em público. Na base militar de Xambioá, seu cadáver foi violado por chutes, pedradas e pauladas dadas pelos militares, sendo finalmente queimado e jogado no buraco conhecido como “Vietnã” (vala situada ao final da pista de pouso da Base Militar de Xambioá), onde eram lançados os mortos e moribundos. Com o término das operações militares, foi feita uma grande terraplanagem para descaracterizar o local.
José Rufino Pinheiro, que durante 6 meses e 16 dias ajudou o Exército na mata, entre 1973 e 1974, afirma ter presenciado a morte de Osvaldão, quando guiava um batalhão com 32 soldados. Segundo declaração prestada por ele, em 05/07/2001, ao Ministério Público Federal em São Domingos do Araguaia, Osvaldão foi morto na capoeira do Pedro Loca, junto da Palestina, por volta de 4 horas da tarde, por Arlindo Piauí, que era guia formado (homem de confiança do Exército). José Rufino conta que Osvaldão, muito magro e com fome, estava de costas, comendo macaxeira sentado num tronco caído, quando foi alvejado. Segundo o guia, ele foi atingido com um tiro só, de uma cartucheira 12, e o corpo foi levado pelo Exército para Xambioá, sendo um dos últimos guerrilheiros a ser morto.
Os relatórios militares trazem datas diferentes das relatadas pelos moradores da região, unânimes na afirmação de que Osvaldão foi morto em abril de 1974. O Relatório do Ministério do Exército, de 1993, aponta como data da morte 07/02/1974, informando ainda que Osvaldão teria realizado curso de guerrilha na Escola Militar de Pequim e que seria responsável pela execução de Pedro Ferreira da Silva, apontado como guerrilheiro, mas na verdade um grileiro de terras e informante das forças de repressão. O Relatório da Marinha, também de 1993, indica 02/01/1974 como data de sua morte. Hugo Studart, em A Lei da Selva, informa que o Dossiê Araguaia registra a morte em abril de 1974, o que coincide com dezenas de depoimentos colhidos entre moradores locais. Studart acrescenta, ainda, que seu corpo foi enterrado no cemitério de Xambioá, mas no ano seguinte foi exumado e levado para ser queimado na Serra das Andorinhas.
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 Dina foi uma das guerrilheiras desaparecidas
O livro de Taís Morais e Eumano Silva, “Operação Araguaia”, discorre sobre suas atividades e sua morte: “Dava especial atenção ao treinamento militar e mostrava-se crítico com o despreparo dos companheiros. Matou um militar em encontro casual na mata e participou da execução de um morador. Tornou-se lenda na área da guerrilha. No imaginário da população, Osvaldão adquiriu fama de imortal. Os soldados inexperientes tremiam de pavor quando ouviam histórias sobre o gigante invencível. Os agentes secretos caçavam o comandante negro e ofereciam recompensa para quem informasse seu paradeiro. O mateiro Arlindo Piauí viu Osvaldão sentado na mata e, antes de qualquer reação do guerrilheiro, atirou e matou o mais famoso dos comunistas do Araguaia. A Marinha registra a morte em 7/2/74. O corpo foi içado pelo helicóptero e mostrado em toda a região antes de ser levado para a Base de Xambioá”.
Documentário sobre a Guerrilha do Araguaia – Parte 1:
Video que comenta sobre a condenação do Brasil pela Corte Interamericana em 2013  a investigar a batalha e o desaparecimento de vários guerrilheiros na Guerrilha do Araguaia:
Em 4 de agosto de 2014 - O blogueiro Edson Jose publica a história de Oswaldão, líder comunista e afro descendente, lutador contra a ditadura militar.

Professores têm desafio de ensinar cultura afro-brasileira, diz diretora


Mariana Tokarnia - Enviada Especial*
Quilombo Dos Palmares, Alagoas
Comitiva itinerante do Conselho Nacional de Educação visita comunidade quilombola em União dos Palmares, em AlagoasAdalberto Farias/Jangadas Filmes/Direitos Reservados
Na região onde existiu o maior e mais duradouro quilombo das Américas, o Quilombo dos Palmares, professores têm o desafio de ensinar a história afro-brasileira nas escolas. Se no final do século 16, o local era de luta e resistência contra a escravidão, falta hoje autoestima aos jovens e a valorização da própria história, segundo a diretora da escola municipal Pedro Pereira da Silva, Maria Luciete Santos. Ela participou hoje (4) da Reunião Ordinária Itinerante do Conselho Nacional de Educação (CNE), que começou ontem e vai até quinta-feira (6), em Maceió. Hoje uma comitiva visitou a Serra da Barriga.
"Às vezes o preconceito vem deles mesmos. Eles não se reconhecem, não veem o próprio potencial. Eles não tinham ideia do que era a história deles, do que foi a Serra da Barriga", diz. A escola fica na comunidade quilombola do Muquém, em União dos Palmares, Alagoas. Próximo, está Parque Memorial Quilombo dos Palmares, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no alto da Serra.
A comunidade recebeu simbolicamente duas normas do CNE, aprovadas e homologadas pelo Ministério da Educação (MEC), a primeira, de 2004, que trata da educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. A segunda, trata da educação quilombola e é de 2012.
O ensino da história afro-brasileira está na lei 10.639/2003, que estabelece que a questão deve ser tratada não como uma disciplina isolada, mas estar presente em todo o currículo escolar.
Mesmo assim, ainda há dificuldades. Segundo a diretora, a comunidade tem mais de 140 famílias. Um dos destaques é a fabricação de artefatos de barro, tradição transmitida pelos ancestrais africanos. "As crianças, até o 5º ano gostam de pegar no barro, mas do 7º ao 9º ano, eles têm vergonha".
A diretora assumiu em 2013 e desde então, trabalha no resgate da autoestima. A comunidade também está envolvida. Dona Irinéia Nunes é uma das artesãs que trabalha para despertar o interesse dos jovens. Ela é considerada uma das melhores artesãs do estado e consta no Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2005.
A escola recebeu também, no ano passado, formação para a educação quilombola e para o ensino da história e cultura afro-brasileira pela Universidade Federal de Alagoas. Luciete aponta ainda que quando os estudantes saem da comunidade no ensino médio para estudar na cidade, sofrem muito preconceito, o que evidencia a carência desse ensino também nas demais escolas do município.
"Não tem material ou livro educativo, não está na grade oficialmente", rebate o prefeito de União dos Palmares, município de Alagoas onde está localizada a Serra da Barriga, Carlos Alberto Baía (PSD). Ele ressalta que a questão é tratada nas escolas e que o município tem um grupo voltado para a discussão desse ensino, mas que a falta de material dificulta a aplicação da lei.
O secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação,  Paulo Nacif diz que a pasta intensificou nos últimos anos a produção de materiais que contêm a história e a cultura afro-brasileira. Além disso, ele diz que o MEC incentiva cursos de formação continuada dos professores e que apoia universidades para qeu ministrem esses cursos. "Temos que atuar mais perto de estados e municípios para que [a lei] tenha a capilaridade que queremos", destaca.
"Ainda temos desafios e a implementação é desigual em estados e municípios. Mas penso que os passos foram dados e simbolizam uma mudança", disse a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Nilma Lino Gomes.
*A repórter viajou a convite do CNE

Em 4 de agosto de 2015 - A agencia Brasil publica a opinião da professora Maria Luciete Santos, que fala da dificuldade do cumprimento da Lei 10639/2003, Ensino da Cultura Afro-brasileira e História da África e dos povos africanos.

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