Crônica - Filosofar e revelar-nos - Manoel Messias Pereira

filosofar e  revelar-nos 

Pensar a vida, assim como pensar a educação, a escola, a formação das famílias, a organização do Estado. É preciso a todos filosofar. é preciso todos sentir -se dono da sua própria existência.

A vida é um espaço de pleno compartilhamento social de respeito, de leitura de olhares de busca determinadas de sonhos coletivos. E a minha defesa é quase um sonho.Em que  quero despertar, por  entender que esse sonho possa de fato transformar minha  realidade. Quero esperar alguém pra sair junto de uma escola de paz de uma casa de ternura, de cultura, mas posso caminhar e, deparar com um caminho o de felicidade, ou num repente sair do caminho, encontrar-me, num cubículo cercado apenas de placas. Em que preciso quebrar as placas e descobrir  num ambiente em que há apenas uma estrada de terra perdido no nada.

 Embora nem todos os seres humanos são portadores destes desejos alguns se perdem na defesa de um estilo de um sistema,e vê o seu próximo como seu inimigo. E é nesta perspectivas que observo os senhores capitalistas preocupados com a individualidade, com o mercado, com o lucro e a espoliação do próximo,  tendo o trabalhador apenas como aquele que empresta a sua força de trabalho, numa proporção de exploração e detentor de um   de salário de fome e condições de subsistência feita de precariedade.

E a minha defesa parte quase de um sonho. Em que saio de um casa em que todos nós falamos em educação em sistema público de ensino e numa  paz coletiva. Mas percebo que há discussão não passa pelas vidas de meus iguais, nos  encontros, do samba, na conversa dos bares e nesta linha de conduta que vejo  o bate papo, a cerveja gelada, o amendoim na mesa. Mas há uma frustração humana, o vazio da alma.

A vida pode ser formada de amigos, de amores, de valores que vai de homens e mulheres, cada qual com um olhar que procura as estrelas no céu e um caminho na terra, e procuram semear flores, arrumar um jardim, colocar nele a poesia a música, o assovio. E nisto há o olhar platônico da sensibilidade.

Platão na sua ideia inata como por exemplo a ideia da justiça, do bem, e do belo, diz que o homem não pode deduzir de suas sensações, mas  as que foram depositadas em sua alma pelo divino Criador,  e pertence-lhe igualmente. e também é dele  o paralelismo entre o organismo social e do indivíduo humano. E assim o filósofo encontra tanto num como no outro a inteligência diretora, a energia volitiva e os apetites sensuais. É nos apetites eróticos a ideia da família, do aumento das bocas, do choro das crianças, da fome e do leite.

O que é interessante, é que os manuais didáticos, os livros  das nossas escolas, dizem que a ideia do Deus único surge com o judaísmo e mudar isto é quase impossível. Porém Platão foi o primeiro dentre os escritores da antiguidade que publicamente fez alusão a um Deus único, pai da humanidade. Portanto isto é filosofia, é pensar. Mas o que todos nós sabemos de Platão são seus diálogos, o político, a república e as Leis. No político, Platão pretende entre outras coisas estabelecer o fim que o estado deve propor -se alcançar. E o que o ser humano deve perseguir é um fim, ser pastores de povos e não apenas de engrandecer o Estado e nem torná-lo mais rico. Pois todo o estado é exatamente o perfil de sua elite que não é o povo principalmente no sistema capitalista. Portanto leio e e falo sobre Platão mas numa praticidade de vivencia de meus dias atuais. Pois em Platão a felicidade está amplamente e estreitamente ligada à moralidade.  E pensar na ética na moral, na realidade do Brasil, pensando no Estado, credo é um contra - senso. É um desrespeito humano. Um país rico, com uma elite que permite a crise, a transfiguração do ser, que muitas vezes ficam presos as calçadas, aos desmandos de desgoverno e sem nenhuma ética. Uma violência em termos de governabilidade.

E vivemos numa república num outro pensar, que foge as características gregas antigas evidentes, e leis. Quando que Platão dizia que nas leis admite-se uma forma de governo que acredita realizável e que a propriedade privada pode existir desde que ela não resulte na desigualdade muito sensível das fortunas entre os cidadãos. Há erros nos pensares gregos mas há erros nas ações e nos pensamentos da organização politica brasileira. Não que o erro não possa ser reparados, mas com apenas uma elite, no poder político ou seja o da classe burguesa, temos imensas dificuldades em estabelecer-nos como

trabalhador, criadores de riquezas. E essas riquezas são tomadas  pelos senhores e senhoras da classe burguesa graças ao sistema político pertinente e  ao processo individualista, de um ser por outro. E a nossa luta parte desta santa crítica. Porque entendemos que todos tem direitos a vida, a alimentar-se a vestir, a ser respeitados em relação a sua identidade, em sua liberdade de existência, e com o salário desgraçado que esses canalhas aprovam no Parlamento brasileiro é de desrespeito pois é incompatível com os preços praticados no mercado brasileiro e imoral embora possa sim ser legal.

É preciso caminhar até encontrar o caminho da felicidade. E o caminho precisa ter o abraço camarada e o respeito coletivo. Eu confesso que não vivi, no sistema asiático, nem na fase da antiguidade clássica, e muito menos no período medieval, apenas vivo nesta estrada, nesta continuidade do mundo burgues, tendo o sistema capitalista como único modelo conhecido e a leitura de outras realidades num contexto teórico como o socialismo.

 E penso  devemos compartilhar deste sonho, nos bares da vida, na leitura das estrelas, falando de educação, falando de amor. É a vida  do compartilhamento de nossa existência, do contrário vou sair na estrada de terra, em um lugar desconhecido, ou cercado num cubículo de placas. Bom vamos todos quebrar todas as placas e desvelar e revelarmos revolucionários, do contrário continuaremos torturados pelo Estado brasileiro, sem nenhum  respeito. apenas sufocados e tendo problemas graves no coração. 

Manoel Messias Pereira

Cronista

Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB

São Jose do Rio Preto -SP.