sexta-feira, 1 de julho de 2016

Conselho da ONU cria relatório investigativo contra LGBT

Conselho de Direitos Humanos da ONU cria relatoria para investigar violência contra pessoas LGBT



Organismo terá novo especialista independente voltado para a proteção contra a violência e a discriminação motivadas por questões de orientação sexual e identidade de gênero. Proposta foi sugerida ao Conselho de Direitos Humanos pelo Brasil e outros Estados-membros.
Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, 2015. Foto: Leo Pinheiro / Fotos Públicas
Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, 2015. Foto: Leo Pinheiro / Fotos Públicas
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira (30) a criação de um cargo de especialista independente voltado para a proteção contra a violência e a discriminação motivadas por questões de orientação sexual e identidade de gênero. A resolução foi proposta ao organismo pelo Brasil e outros Estados-membros.
Com um mandato de três anos, o especialista — que será nomeado pelo Conselho — ficará responsável por acompanhar e investigar casos de violações dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans em todo o mundo. O relator também vai avaliar a implementação de mecanismos internacionais já existentes que buscam proteger a população LGBT.
Outros deveres do cargo incluem o diálogo junto a Estados-membros sobre a violência e preconceito enfrentados por esse público, bem como a sensibilização em torno dessa questão em diferentes países. Descobertas e análises do especialista independente serão apresentadas anualmente ao Conselho de Direitos Humanos.

A resolução foi aprovada por 23 votos a favor contra 18 negativas de países que se opuseram à nova relatoria. Entre essas nações, estavam a Arábia Saudita, Emirados Árabes, Marrocos, China, Burundi, Togo, Rússia, Indonésia, Etiópia e Quênia. Seis Estados se abstiveram da votação.
A criação do cargo havia sido proposta ao Conselho pelo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Uruguai.
“Estamos evidentemente muito contentes. A resolução passou, ainda que, é verdade, tenha sido aprovada por uma margem pequena e isso nós lamentamos”, afirmou a representante permanente do Chile nas Nações Unidas em Genebra, Marta Maurás. A decisão do organismo de direitos humanos foi aprovada após intensos debates entre partes favoráveis e contrárias à criação do novo posto.

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