domingo, 24 de abril de 2016

Luana Barbosa dos Reis assassinada pela PM por Racismo e Lesbofobia

Luana Barbosa dos Reis morreu no dia 13/04, cinco dias após ser internada em decorrência de ser espancada por policiais militares em Ribeirão Preto (SP) durante... uma abordagem. Ela sofreu uma isquemia cerebral aguda causada por traumatismo crânio-encefálico, conforme aponta a declaração de óbito.
Uma testemunha afirma que Luana foi brutalmente agredida por pelo menos seis policiais na rua da casa onde morava.
Mas de acordo com a Polícia Militar, "os agentes reagiram depois que foram desacatados e agredidos por Luana". É no mínimo absurdo alguém acreditar que 6 homens armados e fardados espancaram uma lésbica negra, desarmada e sem nenhum poder institucional ou estrutural, como forma de defesa. Lésbicas sempre são retratadas como potencialmente perigosas e agressivas, e isso não passa de uma justificativa para que sejamos agredidas, ou como costumam nos dizer os agressores "se quer ser igual homem vai apanhar como um".
Segundo a professora Roseli Barbosa dos Reis, sua irmã Luana saiu de casa por volta das 19h para levar o filho de 14 anos a um curso. Ela foi abordada pela polícia na esquina da residência no bairro Jardim Paiva, quando seguia de moto para a escola.
Roseli afirma que os policiais negaram seu pedido de ser revistada por uma policial feminina na abordagem, e logo em seguida, começaram o espancamento. A negação do pedido de Luana deixa nítido a lesbofobia e o racismo por parte dos policiais.
Uma vizinha, que prefere não se identificar, conta que os policiais desferiram golpes de cassetetes em Luana. A mulher ouviu gritos na rua e saiu de casa para ver o que acontecia quando se deparou com a cena. “Foi uma coisa de terrorismo que eu nunca tinha visto na minha vida. Eles foram muito violentos. Deram bastante cacetada nela, nas pernas, mas muito. Batiam com o cassetete”, diz a testemunha.
De acordo com a irmã, ela sofreu uma isquemia cerebral aguda causada por traumatismo crânio-encefálico. “Ela apanhou muito, estava brutalizada. Ela não conseguia abrir os olhos, toda machucada, com vermelhidão no corpo inteiro, ela não conseguia andar”, afirma Roseli.
A vida de uma lésbica negra foi roubada com muita crueldade e covardia por policiais. Nossa dor é grande e nossa revolta ainda maior.
Em memória de Luana Barbosa dos Reis. Em memória de todas as lésbicas e negras que tiveram suas vidas interrompidas, dentro de um sistema que tenta nos negar o direito de existir.



Ana Caroline Couto Dias
ativista brasileira.

Talita Ribeiro
ativista brasileira

Manoel Messias Pereira
ativista brasileiro

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