quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Crônica - In Memoria de Stephen Bantu Biko - Manoel Messias Pereira

Em 18 de dezembro de 1946 nasceu Stephen Bantu Biko, que recebeu que ficou conhecido na sua vida ativista de Steve Biko. Era filho de Mzingoyi Mathew e de dona Alice Mamcete'Biko, natural de Ginsberg Township na atual província do Cabo Oriental da África do Sul.
Em memória de Steve Biko

Ainda garoto a África do Sul passou a ser governado pela experiência política do apartheid do Partido Nacional que em 1949 chegou ao poder, ideologicamente identificado com os fascistas. Portanto foi a política do desenvolvimento em separado. Em 1950 seu pai Sr. Mzingoyi Mathew veio a falecer, e ele ainda não tinha os 5 anos formados, fica órfão de pai.Foi estudar na Brownlee Primary School e na Charles Morgan Higher Primary School.

Steve era um xjosa, portanto pertencia a esse grupo étnico que fala xjosa, além de falar também o inglês fluentemente e o africânder que foi a língua imposta pelos imperialistas europeus que dominou e criou uma política que permitiu a África do Sul tornar-se dependente, politica, econômica, ideologicamente e socialmente de um conjunto  de países como Inglaterra, França, Holanda e Alemanha.

Na sua juventude foi enviado para Lovedale High School em 1964 um internato de prestigio em Alice Eastern Cope  local em que seu irmão Kaya havia estudado. Ele que fora o terceiro filho de Sr. Mzingovy Mtheus e de dona Alice Biko. Ele que teve sua irmão mais velha Bukelwa, seu irmão Kaya e o maais novo Bombadile. Porém durante esse perído de apartheid, por sua opnião política como aluno acabou expulso da escola e seu irmão acabou preso por fazer parte de uma associação chamada Poqo conhecida como Azaniam People's Liberation Army.

Formou-se no Ensino Médio no Sto. Francis College uma instituição católica romana em Miriannhill, Natal. E foi estudar Medicina na Universidade Médica de Natal, e destacou-se por ser um líder estuda de estudantes universitários . De principio participou da organização multirracial "União dos estudantes Sul Africanos" e em seguida fundou a a Organização dos estudantes da África do Sul (SASO) e foi o seu primeiro presidente, uma entidade auto - suficiente política e de unificação de estudantes universitários em consciência negra. e que evoluiu para o Movimento de Consciência Negra a influente -BCM. E também esteve envolvido com a Federação Mundial dos estudantes Cristãos. Sendo que em 1970 já era popular na África do Sul, figura chave no movimento. E em 1972 foi expulso da Universidade em razão da sua atuação política. mas tornou-se pela população "Presidente  de Honra do Povo Negro". E por isto passou a ser hostilizado pelo governo da África do Sul, que baniu em fevereiro de 193, restringindo que ele não podia dar nenhuma opinião, não podia escrever ou falar, proibido de citar qualquer pessoa, incluindo discurso ou conversas. Mesmo assim organizou uma série de organização de apoios a presos políticos e suas família.

E mesmo lutando contra a corrente, o Grupo de Consciência Negra ou (Black Consciousness Movement)que capacitava e mobilizava grande parte da população negra urbana e, teve um papel significativo que culminou com a Revolta de 16 de junho de 1976 em Soweto. A sua importância para Nelson Mandela que estava detido nesta época, foi enorme e o governo da África do Sul com a sua política do apartheid teve que matar Steve Biko, para poder prolongar a vida do regime de desenvolvimento em separado.

Entre as principais frases ditas por Steve Biko, autor do livro "Escrevo o que eu quero", encontramos "racismo e capitalismo são faces da mesma moeda" e  "Racismo não implica apenas a exclusão de uma raça por outra - ele sempre pressupõe que a exclusão se faz para fins de dominação contra argumento em relação aos que os brancos falam sobre o racismo do negro em relação ao branco que é cabível dialeticamente.", mas o que mais gosto é "O gesto de violência de um adulto não merece o sorriso  de uma criança". Essas frase mostra bem o seu processo de desenvolvimento ideológico bastante sólido e alicerçado num contexto marxista. E há  que estabelece que o estudo médico de Biko está amplamente ligado pela consciência africana de libertação psicológica e libertação física, dentro da realidade política do apartheid. Sendo assim a não violência deve ser visto como uma tática de uma convicção pessoal.

Em agosto de 1977 Steve Biko foi preso numa barreira policial e levado para a sala de policia 619 do Edifício Sanlam em Port Elizabeth, num interrogatório que durou 22 horas que incluiu torturas e espancamentos a ponto do líder da resistência entrar em "Estado de Coma". E a violência foi até a sua morte definitiva. Quando arrebentaram o seu crânio de tanta pancadas. Seu funeral foi acompanhado por 10 mil pessoas.


A sua história virou filme "Cry Freedon", que foi vivido pelo ator estadunidense Denzel Washington
e em sua memória o compositor Peter Gabriel escreveu "Biko".

Nitsiki Mashalaba e Biko
Biko e Dra. Mamphela Ramphele

Sua morte deixou toda a África do Sul e o mundo órfão, e a tristeza maior foram para suas companheiras, tendo deixado as três mulheres e cinco filhos. As viúvas Nstsiki Mashalaba, mãe de seus dois filhos N. Kosinothi e Samara. Com a ativista Dra. Mamphela Ramphele o filho Lerolo, falecido aos dois meses com pneumonia e Hlumalo que nasce após a sua morte e com a Sra. Lorraine Tabane deixou o filho Molleetsi.



Steve Biko, permanece ainda permanece no pensamento de  africanos e afros descendentes como  um ser de Consciência Negra, estabelecendo uma relação de solidariedade a todos os negros e brancos explorados pelo sistema capitalista imperialista.



E Steve Biko tinha como slogan "Black Beautifull". "Você esta bem com você é, comece a olhar para si mesmo como um ser humano." Com isto ele estabeleceu que o processo imperialista trouxe uma desumanidade.

Por esse crime ninguém foi punido, os cinco militares assassinos nada sofreram, e em 2003 o Ministério da Justiça, anunciou que os cinco envolvidos neste assassinato não sofrerão processos judiciais por causo do limite de tempo e não há prova suficiente.

Manoel Messias Pereira

poeta
membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP.


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